De fato, o Filho de Deus despojou-se de si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens; aparecendo com a forma humana, humilhou-se a si mesmo até à morte de cruz” (cf. FI 2, 6 ss.). Deus realizou, como dizem os Padres, o sagrado comércio, o intercâmbio sagrado: assumiu o que era nosso, para que pudéssemos receber o que era seu, tornando-nos semelhantes a Deus.

São Paulo, para explicar o que aconteceu no Batismo, usa explicitamente a imagem da veste: “Todos os que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo”. (Gl 3, 27)

«Meus olhos viram a Salvação» (Lc 2, 30): são as palavras de Simeão, que o Evangelho apresenta como um homem simples, um homem «justo e piedoso» (2, 25). Mas, dentre todos os homens que estavam no templo naquele dia, só ele viu, em Jesus, o Salvador. Que viu ele? Um menino; um pequenino, frágil e simples menino. Mas n’Ele viu a Salvação, porque o Espírito Santo lhe fez reconhecer, naquele terno recém-nascido, «o Messias do Senhor» (2, 26). Ao tomá-Lo nos braços, percebeu, pela fé, que n’Ele Deus cumpria as suas promessas. E assim ele, Simeão, já podia partir em paz: vira a graça que vale mais do que a vida (cf. Sal 63/62, 4), e nada mais esperava.