Revista Voz Amiga 1ª Edição – PDF. Acesse nosso site e inscreva-se para receber nossos post novos. Revista Voz Amiga, Congregação de Jesus Sacerdote.
Neste número de nossa Voz Amiga, os artigos têm um tema que não poderíamos deixar passar despercebido. Este tema acaba se tornando também uma dedicação e homenagem mais do que merecida ao nosso querido e saudoso Pe. Pio Milpacher.
Neste número, além das homenagens ao nosso Padre Pio, teremos a oportunidade de reler alguns de seus artigos, como forma de conhecer ainda mais este nosso coirmão que já está nos céus.
Faço-me presente com estas minhas considerações, para primeiro agradecer imensamente a Deus por ter-nos dado Pe. Pio, como sacerdote zeloso e fiel, exemplo de grande amor à Igreja, às famílias e as vocações.
“Eu sinto sempre mais o peso dos noventa anos, que espero chegar a completar no mês de março próximo. Sou quase surdo, com pouca memória, que me faz esquecer muitas coisas; caminho com o bastão, mas consigo ainda fazer tudo sozinho, dando graças a Deus pela saúde que ainda me resta. […] A igreja de Jesus Sacerdote é o meu sonho! Mas, os trabalhos vão lentos, dada a escassez de recursos. Eu confio na Providência de Deus e no Espírito Santo, que sugerirá aos futuros responsáveis o modo melhor para utilizar tudo que for preparado.” (Padre Pio Milpacher, revista Voz Amiga, fevereiro/2013)
Na madrugada do dia 19 de dezembro, como de costume nos 12 dias de viagem no navio, subi à proa, resignado a ver sempre o mesmo espetáculo: céu no alto e água em baixo, mar e mar sem fim. Com surpresa, vi na frente uma língua de terra montanhosa, coberta de matas, interrompida no meio por uma abertura; o navio entrava por Iá!
“Chegamos ao Brasil? perguntei a mim mesmo; Onde?”
Um dia, conversando com um amigo padre, que não via há bastante tempo, depois de me ter falado de muitas coisas que fazia, até com bastante entusiasmo, lancei-lhe uma pergunta final: “Então, posso concluir que você está satisfeito?”
Com surpresa, ele mudou de tom e me disse com ênfase: “Ah, não! Eu me sinto muito frustrado! Não me sinto realizado em nada! “
Muitos discutem sobre a lei do celibato, quem para defendê-la, quem para atacá-la. Outros defendem a sua conveniência ou sustentam a Inconveniência.
Para mim, são aspectos interessantes, mas não centras. A mim, que sou celibatário, sempre interessou um problema mais direto: “O celibato ajuda minha realização ou a prejudica? E em que modo?”
O nosso Fundador, Pe. Mário Venturini, viveu antes do Concílio, mas, quando preparava as bases da família religiosa, ia traçando as linhas mestras da espiritualidade que devia fundamentar a vida e o apostolado dos futuros membros. Querendo ajudar os sacerdotes, aprofundava as atitudes de Jesus com o Pai e os Apóstolos: “Honrar e fazer honrar e imitar as atitudes sacerdotais de Jesus”, era o seu sonho.
Todos concordamos em afirmar que a vocação é um dom de Deus e que Ele o dá a quem quiser e, frequentemente, por caminhos misteriosos e imprevisíveis.
Mas, pela Encarnação, Deus manifestou a vontade de implantar o seu Reino entre os homens, seguindo o caminho das leis de natureza humana por Ele mesmo criada. Então, enquanto continuamos na oração e reavivamos a confiança na Providência divina, estudamos os caminhos humanos que favoreçam a acolhida e o desabrochar dos dons de Deus.
De fato, o Filho de Deus despojou-se de si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens; aparecendo com a forma humana, humilhou-se a si mesmo até à morte de cruz” (cf. FI 2, 6 ss.). Deus realizou, como dizem os Padres, o sagrado comércio, o intercâmbio sagrado: assumiu o que era nosso, para que pudéssemos receber o que era seu, tornando-nos semelhantes a Deus.
São Paulo, para explicar o que aconteceu no Batismo, usa explicitamente a imagem da veste: “Todos os que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo”. (Gl 3, 27)