
O quarto dia da 58ª AG teve o retiro espiritual com pregação do cardeal O’Malley, arcebispo de Boston, nos Estados Unidos. A acolhida ao pregador foi feita pelo arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo.
O Cardeal O’Malley, é da Ordem dos Frades Menores Capuchinos e, atualmente, é membro da Congregação para os Instituto de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e do Pontifício Conselho para a Família, ambos do Vaticano.
Segundo Dom Wilson o retiro foi uma experiência muito bonita, algo vivencial, foram feitas partilhas a partir daquilo que o cardeal colocou. Também Dom Mol ressaltou que esta manhã a CNBB recebeu uma mensagem do Papa Francisco por meio de vídeo, que incentivou a Igreja do Brasil a continuar o belo trabalho pastoral e missionário, e conclamou a ser uma Igreja Católica unida, sem divisões, um só povo.

“Peço ao Senhor ressuscitado que esta Assembleia Geral produza frutos de unidade e reconciliação para todo o povo brasileiro e na Conferência Episcopal. Unidade que não é uniformidade, mas que é harmonia: essa unidade harmônica que somente o Espírito Santo confere. Imploro à Nossa Senhora Aparecida que Ela, como Mãe, fomente entre todos os seus filhos a graça de ser defensores do bem e da vida dos outros, bem como promotores da fraternidade” disse o Papa.
Coletiva de Imprensa
Para a coletiva de imprensa o tema escolhido foi Ação Solidária Emergencial “É tempo de Cuidar.” E os bispos convidados foram o bispo de Roraima (RR), segundo vice-presidente da CNBB e presidente da Cáritas Brasileira, dom Mário Antônio da Silva; O arcebispo de Manaus (AM) dom Leonardo Steiner, e o arcebispo de Florianópolis (SC), dom Wilson Tadeu Jönk.
Ação Solidária Emergencial “É tempo de Cuidar”

Dom Mário em sua fala ressaltou que o objetivo da campanha é estimular a solidariedade por meio da arrecadação de alimentos, produtos de higiene e limpeza. A iniciativa também incentiva a ajuda espiritual às pessoas, promovendo o cuidado no campo religioso, humano e emocional, tudo isso por meio das comunidades, dioceses, paróquias, movimentos e grupos ecumênicos.
A Cáritas Brasileira, organização que sistematiza e monitora os dados da campanha, no último balanço, apontou 823 ações registradas em 140 arquidioceses e dioceses brasileiras, com a marca de 5,9 milhões de quilos de alimentos. Em recursos financeiros, a campanha atingiu R$ 4.523.832,00.
Em sua primeira fase, a campanha produziu e distribuiu para as populações mais vulneráveis cerca de 717 mil alimentos (quentinhas), arrecadou e distribuiu 727.832 mil unidades de roupas e calçados, 411.580 mil kits de higiene e 414.114 mil equipamentos de proteção individual. Mais de 1,1 milhão de pessoas foram beneficiadas.
A campanha entrou na sua segunda fase reforçando o objetivo de continuar a escutar o clamor de todos os que sofrem, enfrentando a fome, o luto, a tristeza e as questões psicológicas. A campanha quer ser uma verdadeira Páscoa para os mais necessitados.
O Drama da pandemia nas Igreja do Brasil.

Dom Leonardo falou sobre a situação crítica que viveu a região de Manaus, na qual sofreram principalmente os pobres e os povos indígenas. Faltaram muitos leitos, o que ocasionou muitas mortes. Destacou a presença da Igreja nos cemitérios para consolar as famílias. O envolvimento e as transmissões nas redes sociais. O empenho no trabalho com os indígenas e migrantes. Agradeceu as incontáveis doações que recebeu, destacou que a Igreja esteve ativamente presente na doação de mantimentos, oxigênio e outros insumos. Assim como por meio de um telefone, padres, irmãs, leigos estiveram disponíveis para atender as pessoas.
Dom Leonardo ainda destacou que teve dificuldades de estabelecer diálogos com o governo federal e estadual, muitas vezes a conversa não fluiu, mas em meio a isso, a Igreja procurou ser uma presença viva e operante.
Também Dom Wilson falou sobre a situação de Florianópolis, a pandemia foi dramática, mas a Igreja se colocou a serviço de todos e tem trabalhado para amenizar os impactos da pandemia por meio da assistência material e espiritual.
Ainda foi lembrado durante a coletiva sobre o problema da falta de informação promovida por meio de alguns grupos no enfretamento da pandemia, a Igreja buscou estabelecer por meio de suas campanhas uma verdadeira corrente de notícias verdadeiras, para levar informação correta a todos.
Pergunta da Revista Voz Amiga
A nossa revista perguntou sobre como a CNBB procura dar assistência aos sacerdotes que também tem sofrido as consequências da pandemia, principalmente aqueles que sofrem com o cansaço, perdas e com o isolamento.
Dom Mário ao responder destacou que bispos e muitos sacerdotes morreram durante a pandemia. A rede de apoio aos sacerdotes tem sido feita em cada diocese, por meio da formação permanente e da pastoral presbiteral. Também destacou que a comissão para os ministérios ordenados da CNBB procurou realizar encontros online e oferecer suporte aos padres. Dom Leonardo ao lembrar da ligação que recebeu do Papa Francisco, destacou que também é importante a proximidade do bispo com os seus sacerdotes, ainda que seja por ligação, e por isso, procurou ligar, estar perto e auxiliar nas dificuldades.
Ir. Pedro Paulo Espirito Santo Queiroz, CJS.
Religioso e Promotor Vocacional na Congregação de Jesus Sacerdote, Editor-Chefe da Revista Voz Amiga, Formado em Licenciatura Plena em Filosofia pela FAJOPA, e cursando o 7º semestre de Teologia no UNISAL. Bolsista PIBIC-CNPQ