Um dia, conversando com um amigo padre, que não via há bastante tempo, depois de me ter falado de muitas coisas que fazia, até com bastante entusiasmo, lancei-lhe uma pergunta final: “Então, posso concluir que você está satisfeito?”

Com surpresa, ele mudou de tom e me disse com ênfase: “Ah, não! Eu me sinto muito frustrado! Não me sinto realizado em nada! “

O nosso Fundador, Pe. Mário Venturini, viveu antes do Concílio, mas, quando preparava as bases da família religiosa, ia traçando as linhas mestras da espiritualidade que devia fundamentar a vida e o apostolado dos futuros membros. Querendo ajudar os sacerdotes, aprofundava as atitudes de Jesus com o Pai e os Apóstolos: “Honrar e fazer honrar e imitar as atitudes sacerdotais de Jesus”, era o seu sonho.

Todos concordamos em afirmar que a vocação é um dom de Deus e que Ele o dá a quem quiser e, frequentemente, por caminhos misteriosos e imprevisíveis.

Mas, pela Encarnação, Deus manifestou a vontade de implantar o seu Reino entre os homens, seguindo o caminho das leis de natureza humana por Ele mesmo criada. Então, enquanto continuamos na oração e reavivamos a confiança na Providência divina, estudamos os caminhos humanos que favoreçam a acolhida e o desabrochar dos dons de Deus.

De fato, o Filho de Deus despojou-se de si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens; aparecendo com a forma humana, humilhou-se a si mesmo até à morte de cruz” (cf. FI 2, 6 ss.). Deus realizou, como dizem os Padres, o sagrado comércio, o intercâmbio sagrado: assumiu o que era nosso, para que pudéssemos receber o que era seu, tornando-nos semelhantes a Deus.

São Paulo, para explicar o que aconteceu no Batismo, usa explicitamente a imagem da veste: “Todos os que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo”. (Gl 3, 27)

Nesta edição a coluna Formação Sacerdotal está em forma de vídeo. Neste mês que denominamos de “setembro amarelo” de prevenção ao suicídio, o nosso colunista, Padre Ivanaldo Gonçalves de Mendonça, traz uma belíssima reflexão direcionada aos sacerdotes sobre a importância do cuidado da saúde física e mental no ministério presbiteral. A luz da parábola do Bom samaritano, padre Ivanaldo convida aos sacerdotes a olharem para si, em um cuidar-se, deixar-se cuidar, para poder servir melhor  ao povo de Deus!

Falar de São José é adentrar no mistério humano e divino no qual Deus o escolheu para cuidar do seu Filho, Jesus o sumo e eterno Sacerdote. José, colaborou assim no plano da salvação, juntamente com a Virgem Maria, mãe do Sacerdote. A solenidade dedicada a São José, pai adotivo de Jesus, é muito festejada por toda a Igreja Católica, sobretudo aqui no Brasil onde inúmeros seminários têm como padroeiro, o patrono universal da Igreja.  Não há melhor padroeiro a quem confiar os futuros sacerdotes, do que aquele a quem foi confiado o verdadeiro Sacerdote pelo próprio Deus.