Mensagem de Paray le Monial (Ex. CLXIV)
26 de abril de 1952
Caríssimos no Senhor,
O Coração Sacerdotal de Jesus reine em todos os corações dos seus Sacerdotes!
Escrevo estas linhas na Capela onde o S. Coração de Jesus se dignou revelar-se à sua esposa Predileta S. Margarida Maria, o corpo dela está a poucos passos, à minha direita, assim que com um só olhar abraço o Tabernáculo e o Altar da Santa tão felizarda.
Celebrei de manhã a S. Missa ao Altar das aparições e ontem e hoje passei um pouco de tempo aqui perto do Senhor. (…)
Seja bendito mil vezes o Senhor que nos chamou. A nossa não é uma vocação qualquer, mas uma vocação de privilégio. Tremo escrevendo estas palavras e acredito que vocês tremerão em lê-las.
Sim, vocação de privilégio! Uma vocação de grande intimidade com o Coração SS. de Jesus, porque Ele quer que levemos o fogo do Seu Amor infinito no coração dos seus sacerdotes para que eles mesmos ardam e incendeiem o mundo.
E vocação do Senhor: compreendamos toda a força desta palavra. Estávamos livres em desistir, em não ouvir a Sua palavra. Mas tendo-a aceita, e ainda tendo repetidamente prometido ao Senhor que Lhe seremos fiéis, temos a obrigação em manter a palavra. E manter esta palavra quer dizer “usar todos os meios que estão ao nosso alcance para cuidar da nossa santificação, porque somente assim poderemos eficazmente trabalhar pela santificação do Clero”. (…)
Procuremos levar a sério a nossa vocação e cada dia a mais. Não devemos ser como aquelas almas religiosas que após algum tempo de fidelidade vão decaindo sensivelmente, perdendo o primitivo fervor e declinando no espírito.
Oh como é fácil lembrar aqui aos pés deste altar sagrado, quanto pediu Jesus bendito a todos, mas especialmente aos Sacerdotes!(…) Sim, amemo-lo de todo coração. Somos pequenos, somos pobres, somos poucos, mas temos um coração que Ele mesmo formou para Si: demos este nosso coração a Ele, sempre e tudo.
A devoção ao Divino Coração de Jesus mediante a inteira, absoluta, perpétua consagração de nós mesmos é a forma e o meio da nossa santificação. Sendo que Ele se dignou manifestar-nos o Seu Coração, isto é o seu Amor infinito por nós, é por este caminho que deve ser começado o trabalho da nossa perfeição quotidiana, é aquele auxílio que devemos dar ao Clero. (…)
Nossa Senhora Santíssima à qual tantas vezes me dirigi escrevendo estas linhas, para que fossem realmente conforme a vontade do Senhor, nos ajude a viver esta Vontade da maneira mais plena. Nos alcance em sermos cada vez mais pequenos e humildes, para que Jesus bendito se digne de servir-se de nós para a glória do nosso Celeste Pai, a consolação e reparação do Seu Coração Sacerdotal e para que nas necessidades da hora presente brilhe a santidade sacerdotal deste esplendor, como nunca se viu sobre a terra. Nós porém, permaneceremos sempre os pequeninos do seu Coração, aliás mínimos, mas felizes por tê-lo satisfeito.
Coração Sacerdotal de Jesus, obrigado! Com Maria SS. abençoa a todos nós.
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Padre Mario Venturini, CJS.
Fundador da Congregação de Jesus Sacerdote. Nascido em 1886, em Chioggia, numa cidade perto de Veneza. Iniciou em Chioggia, no seminário de sua diocese, e completou em Pádua os estudos para o sacerdócio. Foi ordenado no dia 24 de agosto de 1910. No dia 7 de março de 1912. Contemplando um quadro de Jesus no Horto das Oliveira recebeu de Nosso Senhor, Jesus Sacerdote, o anceio e o desejo de iniciar uma obra que brotou do próprio sagrado coração de Jesus: a santificação dos seus ministros (Padres), hoje de forma concreta a Congregação de Jesus Sacerdote. No ano de 1946 obteve um desejo específico do Coração de Cristo: a Jornada de Santificação Sacerdotal, que logo foi aceita pelo Papa Pio XII recebendo dele a benção e aprovação que ao longo dos anos é renovada na história pelos sucessores de Pedro.